“Atividade Física e Qualidade de Vida em Pacientes Oncológicos durante o Período de Tratamento Quimioterápico”

Atualmente as neoplasisas malignas estão a tornar-se num problema de saúde pública. Como tal, torna-se fundamental colmatar as necessidades da população afetada por esta patologia, entre as quais a manutenção de uma qualidade de vida estável. Na literatura tem-se evidenciado os efeitos positivos da atividade física na qualidade de vida de pacientes oncológicos. Estas melhorias tem vindo a ser verificadas não somente com intervenções após o término dos tratamentos, mas também durante os mesmos. Como tal, o objetivo deste estudo foi avaliar a realização de atividade física e a qualidade de vida e observar suas possíveis correlações em pacientes oncológicos durante o tratamento quimioterápico. 

A amostra incluiu 38 indivíduos, homens e mulheres, maiores de 18 anos com as seguintes características: ter diagnóstico clínico de neoplasia maligna, de qualquer localização, podendo ser reincidente ou não; ter realizado no mínimo duas sessões do tratamento quimioterápico, podendo ou não estar a realizar outro tratamento associado à quimioterapia; e aceitar participar na pesquisa através da leitura e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Para além disto, foram excluídos pacientes que apresentassem diagnóstico prévio ao tratamento quimioterápico de doenças que pudessem interferir nas variáveis estudadas, tais como: cardiopatias e pneumopatias graves, doenças imunológicas e neurológicas incapacitantes, entre outras. A avaliação da qualidade de vida foi realizada através da aplicação do questionário European Organisation for Research and Treatment of Câncer Quality of Life Questionnaire C30 (EORTC QLQ-C30), específico para pacientes oncológicos e validado para a língua portuguesa. 

A partir dos resultados, pôde-se observar que os indivíduos que realizaram mais atividade física apresentaram melhores scores relacionados à funcionalidade e sintomatologia. 

Portanto, considerando-se os resultados obtidos na presente investigação, é possível concluir que a atividade física parece estar relacionada com diferentes aspectos da qualidade de vida de pacientes oncológicos. Assim sendo, os programas regulares de exercício físico possivelmente são uma excelente estratégia para otimizar a qualidade de vida desses pacientes. 

Para finalizar acrescentamos que são necessários novos estudos para que se possam elucidar os efeitos e os possíveis benefícios da realização de diferentes modalidades, frequências, duração e intensidade de exercício físico com pacientes que realizam quimioterapia.